Naquela manhã abri os olhos e não
reconheci o teto, o quarto bagunçado e a cama. As roupas espalhadas pelo chão e
o pacote de camisinha aberto me sugeriam que a noite anterior havia sido boa. A
amnésia alcoólica não servia mais como desculpa, era verídica, e a cada fim de semana eu acreditava
mais que a bebida era minha inimiga.
Procurei o pedaço de roupa mais
perto de mim, e não foi tão difícil no amontoado de roupas que havia no pé da
cama.
Pus uma camisa dele e levantei da
cama; Felizmente o banheiro era ao lado
do quarto e não precisei pagar o mico de sair pela casa procurando por ele.
Mas, o fato mais importante e
intrigante da minha aurora era: com quem eu havia ido pra cama? Essas coisas
acontecem, vez ou outra, você acaba se deixando levar pela situação, pelo
momento, esquece de dizer não e quando acorda não sabe onde está.
O carinha apareceu na porta do
quarto com um comprimido pra ressaca, que eu tomei apesar de não estar me
sentindo mal, e um copo de café, que é sempre bem vindo.
Ele não era feio não, graças a
deus, mas eu não fazia idéia de quem ele era.