terça-feira, 26 de julho de 2011

A menina da cadeira ao lado

Entrei no ônibus. Um trânsito absurdo. E a única cadeira disponível era lá no fundo, lá no canto, lá do lado daquela menina. Entre um livro e um esbarrão, consegui sentar naquela cadeira meio isolada do mundo.
Não tardou muito para que o cansaço pesasse em minhas pálpebras e antes que pudesse perceber, já me encontrava num lindo sonho onde a menina da cadeira ao lado me fazia um cafuné gostoso.
Abri os olhos assustado, coração acelerado e olhei de soslaio pro lado. Minha cabeça pendia no ombro dela. Mas a minha menina, das mãos delicadas, já estava com os olhos fechados; e que lindos olhos fechados ela tinha!
Olhei pra frente, de cabeça erguida, segui meu rumo. Porém, a fada do sono já havia passado por aqueles bancos. Meus olhos se fecharam de novo e não os forcei a ficarem abertos. Porém, a cabeça temia em cair na direção aqueles lindos ombros cobertos com uma blusa social branca, cujo os primeiros botões abertos deixavam á mostra um lindo decote. Seios pequenos, redondos, cobertos por um sutiã preto rendado. Quis que minha cabeça caísse no meio deles.
Abri os olhos e nossas cabeças estavam se apoiando. Ela também acordou nessa hora e olhamos pra frente meio sem graça. Minha menina vestia uma saia preta que cobria até metade da sua coxa grossa. Ela devia estar com frio pois seus pelos claros, quase imperceptíveis, estavam arrepiados. Me imaginei esquentando aquelas pernas, elas se cruzando pelo meu corpo, seu ventre se encaixando em mim. E cobri o colo com a mochila.
Encantado pelo seu sexo, que já imaginava eu, ser o melhor de todos, fechei os olhos querendo dormir naquelas coxas. Com a cabeça pertinho daquele lugarzinho onde as pernas se encontram. Talvez colocasse minha boca ali, sentisse seu calor e fizesse ela gozar em meus lábios.
A menina abriu um sorriso. Será que pergunto seu nome? ou será muita audácia minha? Estou despindo a bela adormecida nos meus sonhos, olho pra ela e vejo-a nua. Ela olha pra mim e comenta " tá frio né?!" Na minha falta de jeito, desbundado com sua voz só sou capaz de dizer "hã..."
Sua voz soou como canção nos meus ouvidos. Simples, meio rouca, tímida, imagina ela sussurrando na minha orelha "me possua". Fiquei atônito, fui incapaz de dizer algo melhor, hipnotizei.
O trânsito é uma merda.
Nossas cabeças voltaram a se apoiar, mas dessa vez eu deixei e ela também. Fomos assim por algum tempo, não tive coragem de perguntar seu nome, pedir seu telefone ou permissão para dormir em seu colo, fui até onde ela permitira. Dormimos juntos, eu fazia questão de me enganar, me deliciando com os últimos instantes da princesa.
Minha menina despertou e foi embora muito antes do meu ponto. Se despediu com um meio sorriso e desceu do ônibus. Desolado, apoiei a cabeça no vidro, já não tinha tanto sono, mas dormi a minha parte da viajem sozinho.
Nunca mais a vi, nunca mais nos encontramos, mas tudo bem, eu sonho com ela todas as vezes que entro no ônibus.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Torta de limão

Era um casamento chato. Ventava muito. A felicidade transbordava dos olhos das pessoas e eu estava sentado naquela mesa sozinho.
Ninguém me perguntava como eu estava ou dizia ter saudades de mim.Eu era apenas um amigo do noivo, sem namorada, sem amiga, sem companhia; e não me incomodava com isso.
As crianças brincavam de pega-pega, corriam pelo campo. A festa era atrás da igreja.
A comida era mais ou menos, a bebida era alcoólica e as crianças correndo ao redor da minha mesa já estavam me irritando.
Até uma delas sentou na cadeira em frente a minha.
Seu rosto era infantil, a maquilagem borrada da correria das brincadeiras. Seus olhos exalavam um certo ar sensual, e ela me olhava me analisando, como se fosse um teste pra saber se eu merecia ter aquela pequena imagem na minha mesa.
O vestido dela parecia um bolo fofo, os pés estavam descalços e sujos de terra.
A menina abriu um sorriso. Acho que fui aprovado.
As mãos pequenas e estabanadas puxaram as várias camadas do vestido pra cima, ela apoiou uma perna na cadeira e eu pude sentir meu corpo arrepiar.Deixara a mostra uma perna inteira de inocência, e sou olhar lascinante começava e me incomodar.
Ela estava me provocando, a alça do vestido bolo caiu e ela me olhou, como se perguntasse, " quanto tempo vai aguentar tio?"
Os garçons passaram com a sobremesa, torta de limão. Eu peguei um pedaço pra mim e outro pra minha Lolita.
Ela passou os dedos na cobertura e os lambeu. Seu rosto ficou sujo num canto e eu queria limpá-lo com a boca.
Naquela altura do campeonato eu queria arrancar as várias camadas que cobriam o corpo delicioso daquela ninfeta. Que comia o recheio da torta olhando pro meio das minhas pernas. Eu olhava pros lados meio desconfiado, com medo de que alguém visse, mas era como se de repente tivéssemos ficado invisíveis.
Minha menina era o recheio da minha torta. E eu queria passar direto pela cobertura e comê-la ali, na mesa.
E senti meu pau ficar duro.

Eu não sei o que minha Lolita queria, e nunca saberei, na hora que ia puxar sua cadeira pra perto da minha, pois, já imaginava sua vagina, pequena de menina, toda molhada e queria por meus dedos nela, estar entre seu ventre e vê-la gozar e gritar num orgasmo extraordinário, bem nessa hora, sua mãe a chamou de longe e minha ninfeta olhou pra mim, sorriu, deu um beijo na trave e foi embora, levando com ela meus sonhos perturbados de possuí-la.